Ninguém nasce homem e ninguém nasce mulher. Tais conceitos de gênero são apenas uma “construção social”. Devemos, portanto, ser “neutros” em relação aos meninos e meninas, pois falar em menino já seria um preconceito de gênero. É o que dizem aqueles que negam a biologia. Tamanho absurdo seria apenas motivo de riso, não fosse o fato de ganhar cada vez mais espaço em nossas escolas, a despeito do Plano Nacional de Educação ter deixado de fora a menção à “igualdade de gênero”. Os progressistas, por meio dos governos municipais, indo contra a democracia, ignoram a lei e tentam impor sua visão de mundo.
O que está por trás de tudo é a tentativa, mais uma, de impor às crianças a ideologia de gênero. Simples assim. Mas, afinal, o que vem a ser essa teoria autoritária? Trata-se da distorção completa do conceito de homem e mulher, ao propor que o sexo biológico seria um dado do qual deveríamos libertar-nos em busca da composição livre e arbitrária da identidade de gênero. É uma ideologia que defende a absoluta irrelevância dos dados biológicos e psíquicos naturais na construção da identidade da pessoa humana, considerando o gênero de cada indivíduo como uma elaboração puramente pessoal. É isso que pretendem ensinar às crianças. De modo dogmático e compulsório.
A ideologia de gênero traz diversos inconvenientes para a educação: 1) a confusão causada nas crianças no processo de formação de sua identidade, fazendo-as perder as referências; 2) a sexualização precoce, na medida em que a ideologia de gênero promove a necessidade de uma diversidade de experiências sexuais para a formação do próprio “gênero”; 3) a abertura de um perigoso caminho para a legitimação da pedofilia, uma vez que a “orientação” pedófila também é considerada um tipo de gênero; 4) a banalização da sexualidade humana, dando ensejo ao aumento da violência sexual, sobretudo contra mulheres e homossexuais; 5) a usurpação da autoridade dos pais em matéria de educação de seus filhos, principalmente em temas de moral e sexualidade, já que todas as crianças serão submetidas à influência dessa ideologia, muitas vezes sem o conhecimento e o consentimento dos pais. Trata-se, sem dúvida, de uma violência arbitrária do Estado.
Não resta mais a menor dúvida de que esses movimentos de “minorias” se transformaram em algo bem diferente daquilo que os inspirou no começo. O pêndulo exagerou para o outro lado, extrapolou qualquer limite do razoável. Tornaram-se movimentos intolerantes, autoritários, dogmáticos. A Parada Gay é prova disso. O único intuito parece ser chocar, desrespeitar a crença alheia, de forma infantil e arrogante, até agressiva. Colocar um Cristo homossexual sendo beijado por outro homem não é defender uma causa nobre, mas desrespeitar milhões de fiéis. Tudo em nome da tolerância!
A “ideologia de gênero” é um desses filhotes extremistas dos movimentos de “minorias”, que acaba por ir contra as próprias minorias. Não é difícil entender o motivo, já apontado por Di Franco: se ninguém nasce menino ou menina e é tudo uma questão de “construir o gênero”, então o gay e a lésbica poderiam ser diferentes, poderiam “construir seu gênero” de acordo com o padrão normal, predominante. Aparentemente contra um preconceito, esse discurso acaba dando armas aos preconceituosos, que poderiam lutar pela “cura” dos homossexuais.
Tudo isso é muito triste, pois acaba alimentando uma reação de intolerância do outro lado, fomentando o próprio preconceito. Se a Parada Gay fala em nome dos homossexuais e esses defensores da “identidade de gênero” falam em nome das “minorias”, então elas não precisam de inimigos, Com “amigos” assim, qualquer pessoa de bom senso se afastaria desses grupos. Eles prestam um enorme desserviço aos homossexuais que alegam defender.
Educação sexual é coisa séria, não um instrumento de ideologia de gente autoritária com graves questões pessoais que deveriam ser tratadas num divã. É absurdo tratar os filhos dos outros como cobaias para seus experimentos ideológicos. É absurdo dizer para uma criança, em sala de aula, que o fato de ela ter nascido menino ou menina não quer dizer absolutamente nada, e que ela irá construir sua própria “identidade de gênero” da forma que lhe convier. Que façam tal discurso para seus próprios filhos, mas deixem os nossos de fora disso!
Texto de: Rodrigo Constantino e Carlos Alberto Di Franco. (Jornalistas)
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