quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A CAMISA COR DE ABOBORA

Na verdade não podemos acrescentar um segundo a nossa existência e não sabemos a hora que vamos partir, por isso devemos amar, perdoar, compreender, sorrir, e abraçar enquanto estamos na ativa. No ano de dois mil e dez meu pai fez a longa viagem e nós saímos aqui de Belo Jardim Pernambuco para Feira de Santana na Bahia para o seu sinistro e foram momentos de muita reflexão por causa da pouca intimidade que tínhamos, mas que apesar disto o amor não era menor, ao chegar na casa dos meus pais, uma das coisas que procurei saber de minha mãe foi aonde estava a Bíblia que meu velho pai costumava ler debaixo do pé de árvore? em Petrolina Pernambuco pois, esta era a imagem que vinha na minha mente naquele momento, mas a Bíblia já tinha sido dada ao meu irmão Wilson, se não me falha a memória, fiquei triste mas aceitei o importante é que aquela Bíblica estivesse nas mãos de quem sabia o seu real valor. Mais tarde minha mãe me chamou e me deu uma camisa que meu pai havia comprado mas não tinha usado, uma camisa cor de abobora, cor que eu não sou muito simpático, mas agora era uma camisa que pertenceu a meu pai e mesmo que ele não tenha usado esta camisa era o objeto pessoal que eu tinha do meu pai. Trouxe esta camisa comigo, e guardei-a com todo carinho, nem pensava em vestir, por causa da dor que poderia sentir e assim se passaram mais de dois anos até que neste final de ano fizemos o culto da virada, por conta das muitas despesas da formatura de Maressa minha filha não comprei uma camisa nova, resolvi então vestir a camisa cor de abobora que meu pai tinha comprado e que não tivera tempo de vestir, a sensação que senti foi de que ele estava presente comigo de alguma forma. Mas pensei comigo quantas coisas não deu tempo meu pai fazer? quantas coisas não deu tempo nós fazermos? A vida é assim passa como uma chuva de verão que aparece de repente e vai embora, nossa curta vida nesta terra não nos dá o direito de deixar pra lá as coisas que verdadeiramente são importantes, e não falo de coisas mas sim de pessoas, a família, os amigos, os irmãos até mesmo os vizinhos, na frente da minha casa, morava um senhor que era espetacular segundo a outra vizinha que carinhosamente chamamos de vó, ela nos disse que ele era um ótimo vizinho, mas quando nos mudamos para esta rua logo depois ele veio a falecer, mas a lembrança dele é a melhor possível pois quando a prefeitura cavou alguns buracos em frente a minha casa e os abandonou este vizinho foi quem tapou os buracos mesmo não sendo na frente da casa dele, logo depois de tapar os buracos ele se foi, como eu gostaria de ter conversado mais com este vizinho, mas não deu tempo, não podemos desperdiçar o tempo que temos nesta vida, com brigas, desavenças, preconceitos, indiscriminação, ou coisas parecidas, não podemos deixar para amanhã o que podemos fazer hoje. Guardei a camisa cor de abobora que me faz lembrar de meu pai e que me trouxe esta grande lição. Não sei qual vai ser a cor da camisa que irei vestir no meu funeral nem o dia que ele se dará, mas uma coisa é certa eu partirei, mas antes viverei intensamente, amando, perdoando e aproveitando bem a vida que Deus me deu. Ela é o maior dom que eu tenho. Paz em Cristo Jesus hoje e sempre.

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