Férias deixam crianças mais expostas aos riscos da Internet
Numa altura em que as férias deixam grande parte das
crianças por sua conta e risco, os especialistas alertam para os
cuidados que os pais devem ter face ao uso da Internet.
Com os
perigos da pedofilia, da pornografia ou da violência online, que colocam
milhares de crianças em risco, o Projecto Miúdos Seguros na Net (PMSN),
de Portugal, lançou uma lista de recomendações que visam prevenir as
famílias quanto aos perigos inerentes ao uso e abuso da Internet.
Entre as 10 recomendações sugeridas encontram-se
sugestões que propõem aos pais colocarem os computadores numa zona comum
da casa, saberem em que sites andam os filhos e quem são os seus
interlocutores online ou o, sempre actual e necessário, diálogo entre
pais e filhos.
O documento do PMSN foi emitido na sequência da
publicação de uma reportagem no “Diário de Notícias” (DN), que dava a
conhecer – de forma bastante gráfica e directa – a facilidade com que
vários menores de idades (todos entre 12 e 14 anos) se prontificavam a
fazer em frente às câmaras tudo o que lhes fosse solicitado a troco de
carregamentos de telemóvel. Entre os muitos pedidos os jovens acediam em
masturbar-se, despir-se, ou simular cenas de sexo.
As famílias têm de agir depressa
Tito
de Morais, o fundador do PMSN não tem dúvidas de que algo deve ser
feito e urgentemente, pois tanto o trabalho do DN como um anterior da
revista “Sábado”, que descobriu pedófilos na Internet, “demonstram uma
dualidade relativa à segurança online dos mais novos”.
Morais acredita que as famílias, e em particular os
pais, têm a obrigação de “proteger as nossas crianças e jovens de
contactos com terceiros potencialmente mal intencionados, mas também
deles próprios”, uma vez que nem só de pedofilia vivem os recantos
negros da Internet, mas também de muitos outos conteúdos ilícitos como,
por exemplo, a violência extrema.
O especialista acredita que esta altura do ano
aumenta a vulnerabilidade dos mais novos, pois o calendário das férias
de Verão obriga-os a passar grande parte do tempo sozinhos, ou pelo
menos sem o acompanhamento que seria desejado. Por isso relembra: “É
importante as famílias estarem alerta e tomarem medidas preventivas”.
Recomendações para a segurança de crianças e jovens na Internet:
1. Assuma a responsabilidade
A segurança online de crianças e jovens é uma responsabilidade da comunidade. Para a garantir, é essencial que cada um de nós assuma as suas responsabilidades. Todavia, os primeiros desta linha são os pais, a família. Mas a escola e os educadores também têm um papel a desempenhar, tal como os responsáveis pelos espaços públicos de acesso à Internet, os grupos não governamentais de defesa e promoção dos direitos de crianças e jovens, autarquias, governo, legisladores, forças da lei, empresas do sector das tecnologias de informação e comunicação e meios de comunicação social. Se cada um nós assumir as suas responsabilidades e desempenhar o papel que lhe compete ao nível da promoção da utilização segura e responsável das tecnologias de informação e comunicação (TIC) por crianças e jovens, todos teremos a ganhar.
A segurança online de crianças e jovens é uma responsabilidade da comunidade. Para a garantir, é essencial que cada um de nós assuma as suas responsabilidades. Todavia, os primeiros desta linha são os pais, a família. Mas a escola e os educadores também têm um papel a desempenhar, tal como os responsáveis pelos espaços públicos de acesso à Internet, os grupos não governamentais de defesa e promoção dos direitos de crianças e jovens, autarquias, governo, legisladores, forças da lei, empresas do sector das tecnologias de informação e comunicação e meios de comunicação social. Se cada um nós assumir as suas responsabilidades e desempenhar o papel que lhe compete ao nível da promoção da utilização segura e responsável das tecnologias de informação e comunicação (TIC) por crianças e jovens, todos teremos a ganhar.
2. Promova a sua literacia digital
Um dos problemas que está na base de muitos dos problemas de
segurança de crianças e jovens online reside no fosso existente entre
crianças e jovens e os seus pais e educadores no que diz respeito ao
conhecimento sobre as TIC em geral, computadores e Internet em
particular. Não precisa de saber tanto quanto eles, mas saber o mínimo
ajuda. Procure e frequente cursos que o ensinem a aprender a usar o
computador, a Internet e os seus diversos serviços. Familiarize-se com
os hábitos de utilização da Internet dos seus filhos e educandos. Saiba
que serviços e que sites frequentam. Familiarize-se com os riscos,
ameaças e perigos potenciais a que a Internet pode expor crianças e
jovens. Procure recursos informativos existentes online que possam
contribuir para desenvolver o seu nível de familiaridade com as TIC.
3. Dialogue com os seus filhos
À
semelhança de muitas outras problemáticas, também a falta de diálogo
entre pais e filhos, educadores e educandos está na base de muitos dos
problemas de segurança de crianças e jovens online. Fale com os seus
filhos sobre a forma como utilizam as TIC em geral, o computador e a
Internet em particular. Ao fazê-lo, diga-lhes porque lhes dá acesso a
este tipo de recursos, quais as suas expectativas, quais os valores que
devem presidir à utilização, e deixe claro o que considera aceitável e
não aceitável. Identifique sites que gostaria que visitassem e faça-o em
conjunto com eles. Fale-lhes das coisas boas, mas não deixe também de
os alertar para os perigos. Procure em conjunto sites que vos ensinem a
usar as TIC de uma forma responsável e segura.
4. Coloque o computador numa zona comum da casa
Não dê livre acesso ao computador e à Internet – a qualquer dia e
a qualquer hora – sem qualquer acompanhamento ou supervisão. Tal, é tão
mais aconselhável quanto mais jovens forem os seus filhos ou educandos.
Infelizmente, esta tarefa de supervisão é dificultada pelo facto de, em
muitas casas, senão mesmo na maioria dos lares, o computador, a consola
de jogos e outros dispositivos que fornecem acesso online, estarem
colocados no quarto de uma criança. E muitas vezes com o monitor voltado
para a parede.Este posicionamento dificulta qualquer acção de
supervisão parental. Procure colocar estes dispositivos numa zona comum
da casa e com o monitor virado para o interior do espaço e não para a
parede.
5. Defina regras de utilização
Sente-se com os seus filhos e defina um
conjunto de regras que devem ser observadas relativamente à utilização
das TIC em geral, do computador e da Internet, em particular. No caso de
ser um responsável por uma escola que fornece acesso online aos seus
alunos, ou no caso de ser responsável por um espaço público que fornece
acesso à Internet gratuitamente, defina uma Política de Utilização
Aceitável, para os recursos que disponibiliza e certifique-se que nenhum
menor tem acesso aos mesmos sem autorização parental e sem conhecimento
prévio das condições de utilização.
Coloque as regras estabelecidas no ponto anterior num local
visível perto do computador, de forma a todos quantos o utilizam as
vejam e tenham consciência delas durante a utilização. A segurança
online de crianças e jovens não é algo estático, mas algo dinâmico.
Regularmente surgem novas ameaças. As crianças crescem e amadurecem.
Reveja periodicamente as regras para se certificar que estas reflectem a
realidade e se continuam a adequar à idade e à maturidade dos seus
filhos ou educandos.
7. Conheça novas ferramentas
Para além das
ferramentas de segurança básicas como as firewalls, as aplicações
anti-vírus, anti-spyware, anti-phishing e as ferramentas anti-spam,
existem outras mais específicas no domínio da segurança online de
crianças e jovens. Refiro-me a ferramentas de classificação e de
filtragem de conteúdos, ferramentas de monitorização da utilização, de
controlo do tempo de utilização e ferramentas que vedam o acesso a
determinados programas, etc. Por si só nenhuma delas é a solução, mas
podem ser integradas de forma a garantir a segurança de crianças e
jovens na Internet. Informe-se sobre elas, decida quais as adequadas
para a sua família, escola ou espaço público de acesso à Internet e
implemente-as. Analise periodicamente se a sua solução se mantém actual e
se continua a corresponder às suas necessidades. E sobretudo lembre-se
que a melhor ferramenta para garantir a segurança online dos seus filhos
e educandos não é um qualquer software milagroso, mas o software que
qualquer criança tem entre as suas duas orelhas. Acima de tudo, é no
“desenvolvimento” deste software – o seu pensamento crítico – que deve
apostar.
8. Mantenha o controle
Partilhar um computador com crianças e jovens não é uma tarefa
fácil. Controlar essa partilha é da sua responsabilidade. Para isso,
lembre aos seus filhos e educandos que o acesso não é um direito, mas
sim um privilégio. Como privilégio que é, o acesso pode ser vedado a
qualquer altura, sobretudo quando as regras de utilização não são
cumpridas.
9. Regule os encontros offline
Um
dos grandes perigos para uma criança ou para um jovem são os encontros
offline com pessoas que apenas se conhecem online. Como já aqui referi,
se na Internet qualquer criança se pode fazer passar por um adulto, o
contrário também é verdade. E se é verdade que a Internet potencia a
criação de novas amizades, também não é menos verdade que nem todos as
pessoas são bem intencionadas. Assim, deixe claro desde o início que
encontros na vida real com pessoas que apenas se conhecem da Internet,
apenas são permitidos com sua autorização prévia, na sua presença ou na
presença de um adulto por si previamente autorizado.
10. Saiba por onde andam, com quem falam e o que fazem
Na vida real, um pai ou uma mãe geralmente gostam de saber por
onde andam e com quem andam os seus filhos. O mesmo deve acontecer
online. Fale sobre o assunto com o seu filho/educando. Que sites
visitam? Com quem trocam mensagens? Veja regular e conjuntamente o
histórico do browser instalado no seu computador e analise
periodicamente os logs do seu computador.
Fonte: Expresso . Clix . Pt
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