Claro
que não! Simples e objetivamente: um cristão não deve ouvir música do
mundo. "Nossa, Zágari, agora você foi radical, pegou pesado!", você
poderia dizer. Calma. Antes que você, que discorda do que escrevi, me
crucifique, é importante que você entenda exatamente o que estou
querendo dizer. É que há um ponto nevrálgico nessa discussão: temos de
entender precisamente o que é "música do mundo" - que não
necessariamente é o que se costuma chamar por aí de "música do mundo".
Pois música "secular" é uma coisa,
música "do mundo" pode ser outra completamente diferente. E aí nós temos
uma questão interessante a debater. Que, para solucionar, temos que
pensar sempre dentro da Bíblia.
(Só
um alerta, em amor: essa questão não se define em 3 ou 4 parágrafos.
Por isso, este será um post longo e, se você estiver sem tempo de ler ou
não tiver paciência de ler textos compridos, sugiro que nem vá adiante.
Mas, se quiser prosseguir, vamos juntos, passo a passo.)
1. O que a Bíblia chama de "mundo"?
Primeiro temos que compreender o que a Biblia chama de "mundo". No contexto das Escrituras, "mundo" (do grego kosmos)
é todo um sistema de valores e práticas que se opõem ao Evangelho, ou
seja, àquilo que Jesus ensinou. Ao Reino de Deus. Às boas-novas de
salvação. Logo, tudo o que contraria os genuínos ensinamentos cristãos, a
ética cristã, a moral cristã, os conceitos bíblicos é... do mundo.
E, nesse sentido, não é "mundo" com significado de "universo" ou
"planeta terra", mas no sentido de tudo aquilo que, em resumo, levaria
Jesus a fazer careta.
2. Os cristãos não devem se misturar com o que é do mundo
Tendo
entendido o que é "mundo" segundo a Biblia, vamos ao segundo passo:
provar biblicamente que Jesus e o que é do mundo não se misturam. E,
logo, que o cristão e o que é do mundo não se misturam. Para isso, vamos
à Palavra de Deus:
1 João 2:15 - "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele".
João 1:10 - "O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu".
1 Jo 4.4,5 - "Filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles procedem do mundo; por essa razão, falam da parte do mundo, e o mundo os ouve".
João 3:17 - "Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele".
João 15:19 - "Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia".
Há
muitas outras passagens, como a famosa Jo 3.16, mas, para não tornar
este texto demasiadamente enfadonho, acredito que essas já são
suficientes para demonstrar essa realidade: se você é cristão,
se você é sal da terra e luz do... mundo... não deve se misturar ao que
vai contra Cristo e aos ensinamentos de Cristo.
E tudo o que vai contra Cristo... É mundo.
Até
aqui tudo bem? Ficou claro que, segundo a Biblia, o cristão não deve se
misturar com valores anticristãos, ou seja, mundanos? Ok então, vamos
adiante.
3. O que é música "do mundo"?
Seguimos
para o terceiro e fundamental passo: dedinir o que exatamente é "música
do mundo" - aquela que, pelo que já vimos pelos dois passos anteriores,
tem de ser evitada pelo cristão. "Música do mundo" seria, então, aquela que contraria o Evangelho, que se opõe aos ensinos de Jesus, que leva aos ouvidos (e, em seguida, ao cérebro e, como consequência, ao coração e à alma) mensagens que batem de frente com a ética de Cristo, com as boas-novas do Reino de Deus.
Então, o conceito de "música do mundo" está ligado diretamente a aquilo
que determinada canção diz: seus valores, sua filosofia, seus
ensinamentos.
Portanto,
biblicamente, uma música ser ou não do mundo não tem nada a ver com
estilo musical, instrumentos utilizados, melodia, harmonia ou ritmo. Tem
a ver com MENSAGEM. Com o que ela diz. Com o que ela defende. Com o que ela ensina.
Tendo compreendido isso, vamos falar a respeito de alguns mitos e algumas verdades sobre música "do mundo" e música "cristã":
Fato 1) A Bíblia não determina cantarmos ou ouvirmos apenas músicas religiosas
Embora todos amemos e devamos louvar, elogiar o Senhor em canções e reconhecer quem Ele é e faz, a Bíblia não afirma diretamente em nenhuma passagem que o cristão só pode ouvir músicas que falem de Deus ou que sejam louvores. Pelo contrário, uma leitura atenta dos livros de Salmos, Cântico dos Canticos e até mesmo Jó, por exemplo, demonstram que a exaltação da criação de Deus, do amor, de sentimentos belos são algo lícito ao povo de Deus. O Salmo 150 infere que louvar deve ser uma explosão de amor pelo Criador. Mas não há proibição bíblica de cantar o amor de um homem pela mulher que ama, por exemplo. Assim, não é antibíblico (logo, não é pecado) eu escrever uma poesia de amor para minha amada ou mesmo uma que exalte as belezas da cidade onde vivo e em seguida musicar esses versos. Poderia, por exemplo, cantar...
Embora todos amemos e devamos louvar, elogiar o Senhor em canções e reconhecer quem Ele é e faz, a Bíblia não afirma diretamente em nenhuma passagem que o cristão só pode ouvir músicas que falem de Deus ou que sejam louvores. Pelo contrário, uma leitura atenta dos livros de Salmos, Cântico dos Canticos e até mesmo Jó, por exemplo, demonstram que a exaltação da criação de Deus, do amor, de sentimentos belos são algo lícito ao povo de Deus. O Salmo 150 infere que louvar deve ser uma explosão de amor pelo Criador. Mas não há proibição bíblica de cantar o amor de um homem pela mulher que ama, por exemplo. Assim, não é antibíblico (logo, não é pecado) eu escrever uma poesia de amor para minha amada ou mesmo uma que exalte as belezas da cidade onde vivo e em seguida musicar esses versos. Poderia, por exemplo, cantar...
.
Eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
Por toda a minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar
ou
Cidade maravilhosa,
Cheia de encantos mil!
Cidade maravilhosa,
Coração do meu Brasil!
Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz,
Que Deus te cubra de felicidade,
Ninho de sonho e de luz.
Cheia de encantos mil!
Cidade maravilhosa,
Coração do meu Brasil!
Jardim florido de amor e saudade,
Terra que a todos seduz,
Que Deus te cubra de felicidade,
Ninho de sonho e de luz.
...e
não estaria cometendo absolutamente nenhum pecado. Simplesmente porque
nada do que a letra dessas músicas diz contraria o Evangelho, se opõe
aos ensinos de Jesus, leva ao coração mensagens que batem de frente com a
ética de Cristo, com as boas-novas do Reino de Deus. Então a conclusao
lógica e bíblica é que músicas de amor, canções que exaltam belezas
naturais ou até mesmo que, sei lá, contem uma história sobre dois
capiaus em visita a uma fazenda - e muitos outros tipos de músicas
seculares que não necessariamente são cantadas em igrejas, gravadas por
cantores supostamente cristãos ou que sejam tocadas em rádios ditas
"evangélicas" - são "música do mundo". Simplesmente porque não se
encaixam na definição bíblica de "mundo". Não contrariam a Bíblia. Não
se opõem a Cristo. Não ensinam nada diferente do
que está nas Sagradas Escrituras.
São
músicas seculares? Sim. São músicas que não necessariamente falam de
Deus ou de seus feitos? São. Mas são músicas que contrariam Cristo ou o
Evangelho? Não. Então, evidentemente não são louvores ou músicas sacras,
mas também não são músicas "do mundo", ou seja, músicas pecaminosas.
Fato 2) Muitas músicas seculares são sim "do mundo" e devemos evitá-las
Aí você pode estar pensando "Uhu! Então liberou geral! Posso ouvir o que quiser!". Nananinanão. Não é bem assim. Biblicamente você pode ouvir uma música que não necessariamente fale de Deus, mas você SEMPRE tem que prestar atenção na letra das músicas, na MENSAGEM que elas transmitem. Se essas músicas apregoam valores antibíblicos, porque aí sim elas são músicas do mundo. E aqui vou dar exemplos práticos. Em pleno Rock in Rio, li no twitter uma cristã dizendo que estava triste porque não poderia assistir ao show dos Titãs. Por isso, decidi tomar esse grupo como exemplo. Bem, os Titãs têm músicas cujas mensagens são claramente antibíblicas. E, por definição, são "música do mundo". Por exemplo, comecemos com a música mais óbvia, chamada Igreja. Leia com atenção a letra, com especial atenção ao que está em negrito:
Aí você pode estar pensando "Uhu! Então liberou geral! Posso ouvir o que quiser!". Nananinanão. Não é bem assim. Biblicamente você pode ouvir uma música que não necessariamente fale de Deus, mas você SEMPRE tem que prestar atenção na letra das músicas, na MENSAGEM que elas transmitem. Se essas músicas apregoam valores antibíblicos, porque aí sim elas são músicas do mundo. E aqui vou dar exemplos práticos. Em pleno Rock in Rio, li no twitter uma cristã dizendo que estava triste porque não poderia assistir ao show dos Titãs. Por isso, decidi tomar esse grupo como exemplo. Bem, os Titãs têm músicas cujas mensagens são claramente antibíblicas. E, por definição, são "música do mundo". Por exemplo, comecemos com a música mais óbvia, chamada Igreja. Leia com atenção a letra, com especial atenção ao que está em negrito:
Eu não gosto de padre
Eu não gosto de madre
Eu não gosto de frei.
Eu não gosto de bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não digo amém.
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
Nem da missa das seis.
Não! Não!
Eu não gosto do terço
Eu não gosto do berço
De Jesus de Belém.
Eu não gosto do papa
Eu não creio na graça
Do milagre de Deus.
Eu não gosto da igreja
Eu não entro na igreja
Não tenho religião.
Não!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Eu não gosto de madre
Eu não gosto de frei.
Eu não gosto de bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não digo amém.
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
Nem da missa das seis.
Não! Não!
Eu não gosto do terço
Eu não gosto do berço
De Jesus de Belém.
Eu não gosto do papa
Eu não creio na graça
Do milagre de Deus.
Eu não gosto da igreja
Eu não entro na igreja
Não tenho religião.
Não!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Não! Não gosto! Eu não gosto!
Agora...
você, que é cristão, me responda sinceramente: você cantaria essa
música achando que "não tem nada a ver"? Se alegrando, sorrindo e
pulando? Isso é algo que uma pessoa lavada e redimida pelo sangue
daquele que foi à Cruz pelos pecadores sai cantando feliz da vida?
Haveria anjos ao redor se alegrando? Você responda.
Vamos a outra: Homem Primata. Selecionei um trecho:
Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer
E não vai pro céu
É bom aprender
A vida é cruel...
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer
E não vai pro céu
É bom aprender
A vida é cruel...
E
aí, crente? Cantamos e nos alegramos cantando isso? "Deus contra
todos"? Por favor, apenas pare um minuto para pensar no que você está
cantando: "Deus contra todos"! Como assim?!
Para completar o pacote, só mais uma, da qual extraio um trecho: Epitáfio
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar...
O
acaso? Mas se a Bíblia diz que há um Deus que controla todas as coisas,
como seria possível que "o acaso" protegesse alguém? Biblicamente,
"acaso" é um conceito que não existe. Logo, Epitáfio traz uma mensagem antibíblica. E, logo, lamento informar, é música do mundo.
Usei
os exemplos do Titãs porque é um grupo bem conhecido e você
possivelmente já cantou essas canções (e outras que são tão chulas que
nem me atrevo a escrever a letra aqui), como eu mesmo já cantei milhares
de vezes antes de Jesus me converter, fui a shows, comprei os CDs. Só
que aí somos salvos, o Espírito Santo passa a habitar em nós e começa a
nos convencer do pecado, da justiça e do juízo. E você, que é salvo,
sabe como essas coisas nos incomodam, não é? Aí você começa a ouvir as
MENSAGENS que grupos como os Titãs passam em músicas como essas (e olha
que só citei três, hein) e algo faz um clique no teu espírito sobre esse
papo "careta", "radical", "ortodoxo" e "fundamentalista" de "não ouvir
música do mundo".
Mas,
para não ficarmos falando somente de uma banda, deixe-me pegar apenas
um outro exemplo de um universo de grupos e cantores que poderiam pegar:
o conhecido Barão Vermelho. Seleciono uma música que tem um título bem
sugestivo e que era a minha preferida deles antes de Jesus me
justificar, chamada Nunca existiu pecado. Reproduzo as 3 primeiras estrofes:
A rapidez velha do tempo
Revive inquisições fatais
Um novo ciclo de revoltas
E preconceitos sexuais
Revive inquisições fatais
Um novo ciclo de revoltas
E preconceitos sexuais
Por mais liberdade que eu anseie
Esbarro em repressões fascistas
Mas tô a margem disso tudo
Desse mundo escuro e sujo
Esbarro em repressões fascistas
Mas tô a margem disso tudo
Desse mundo escuro e sujo
Não tenho medo de amar
Pra mim nunca existiu pecado
Essa vida é uma só
Nesse buraco negro eu não caio.
Pra mim nunca existiu pecado
Essa vida é uma só
Nesse buraco negro eu não caio.
Ou seja, Barão Vermelho está defendendo por meio da mensagem dessa letra que:
1. Não existe pecado;
2. O Cristianismo é sexualmente preconceituoso;
3. A ética de Cristo é uma "repressão fascista" porque contraria aquilo que o pecador deseja fazer;
4. Quem afirma que existe pecado (obviamente nós, cristãos) representa um "mundo escuro e sujo";
5. A defesa da ideia de que existe pecado é um "buraco negro".
.
Agora me diga você: em sua opinião, a letra dessa música contraria o Evangelho, se opõe aos ensinos de Jesus, leva ao coração mensagens que batem de frente com a ética de Cristo, com as boas-novas do Reino de Deus... ou não? Se a sua resposta foi "sim", então essa é uma música "do mundo". Portanto, chegamos aqui à grande conclusão: segundo os padrões bíblicos, "música do mundo" NÃO é sinônimo de "música secular". Logo, as músicas do mundo sim, devemos evitar. As seculares, não necessariamente.
.
Fato 3) Não existe um estilo musical chamado "música evangélica"
O que existe é música feita a partir de realidades bíblicas. E que podem ser feitas em diferentes estilos. "Vem com Josué lutar em Jericó...", por exemplo, é rock. "Aquele que tem sede busca beber da agua que Cristo dá..." por sua vez, é axé. Cassiane em geral tem muito forró. E por aí vai. Logo, não existe nenhum estilo "maldito" ou, como diz um amigo meu, "não existe dó maior ungido e sol sustenido endemoninhado". Se você for analisar com cuidado, verá que "música evangélica" no imaginário popular é:
O que existe é música feita a partir de realidades bíblicas. E que podem ser feitas em diferentes estilos. "Vem com Josué lutar em Jericó...", por exemplo, é rock. "Aquele que tem sede busca beber da agua que Cristo dá..." por sua vez, é axé. Cassiane em geral tem muito forró. E por aí vai. Logo, não existe nenhum estilo "maldito" ou, como diz um amigo meu, "não existe dó maior ungido e sol sustenido endemoninhado". Se você for analisar com cuidado, verá que "música evangélica" no imaginário popular é:
● Música cantada em igreja;
● Música cantada por cantor que frequenta igreja (dito "cantor evangélico");
● Música gravada por grupo de louvor de igreja;
● Música que toca em rádio "evangélica";
● Música lançada por gravadora "evangélica";
● Música que consta em algum hinário tradicional.
● Música cantada por cantor que frequenta igreja (dito "cantor evangélico");
● Música gravada por grupo de louvor de igreja;
● Música que toca em rádio "evangélica";
● Música lançada por gravadora "evangélica";
● Música que consta em algum hinário tradicional.
Só
que, desses itens, alguns são muito duvidosos. Das músicas cantadas em
igrejas, muitas carregam em si heresias e são músicas "do mundo" (calma,
falaremos em detalhes sobre isso daqui a pouco). Eu conheço
pessoalmente "cantores evangélicos" que vivem como pagãos, são
pecadores, só estão atrás dos bens materiais que sua notoriedade pode
lhes proporcionar. Conheço "grupos de louvor" que tocam pela fama e o
dinheiro e não por um desejo real de louvar o Senhor. Sei que muitas
"rádios evangélicas" só existem para gerar lucro e poder para seus
donos, que por sua vez vivem vidas pecaminosas e totalmente fora do
Evangelho. Conheço os bastidores de certas "gravadoras evangélicas" onde
o ambiente é tão mundano que nenhum funcionário confia em sair pra
almoçar e deixar a bolsa em cima da mesa, pois ocorrem furtos ali
dentro. E
entenda: eu conheço. Não ouvi falar. Sei o que estou dizendo.
Portanto,
dizer que só podemos ouvir "música evangélica" (se por "música
evangélica" entendermos o que mencionamos acima) é uma afirmação cheia
de buracos.
.
Fato 4) Fazer versões de músicas seculares com letras cristãs não é pecado
Pelo contrário, é uma prática muito, mas muito mais usual em nossos hinários do que você imagina. Uma enorme quantidade das músicas contidas em hinários como a Harpa Cristã e o Cantor Cristão, por exemplo, originalmente eram canções entoadas em prostíbulos (não vou dizer quais para que da próxima vez que você for cantá-las não as considere indignas). Os músicos que tocavam nessas casas de pecado se convertiam, pegavam as melodias que conheciam (muitas das tinham letras originais que falavam sobre encher a cara de uísque e vinho, além de coisas similares), punham letras cristãs e passavam a cantá-las durante os cultos, nas igrejas. Isso é histórico, basta você estudar um pouco sobre isso que vai comprovar, não estou inventando nada disso.
Pelo contrário, é uma prática muito, mas muito mais usual em nossos hinários do que você imagina. Uma enorme quantidade das músicas contidas em hinários como a Harpa Cristã e o Cantor Cristão, por exemplo, originalmente eram canções entoadas em prostíbulos (não vou dizer quais para que da próxima vez que você for cantá-las não as considere indignas). Os músicos que tocavam nessas casas de pecado se convertiam, pegavam as melodias que conheciam (muitas das tinham letras originais que falavam sobre encher a cara de uísque e vinho, além de coisas similares), punham letras cristãs e passavam a cantá-las durante os cultos, nas igrejas. Isso é histórico, basta você estudar um pouco sobre isso que vai comprovar, não estou inventando nada disso.
E
não só músicas de bordel. Músicas seculares de outras linhas também. O
hino 185 da Harpa Cristã, por exemplo, é o Hino Nacional da Inglaterra
com uma letra cristã: "Vem tu, ó Rei dos reis, buscar os teus fiéis...". Já o conhecido hino "Os guerreiros se preparam para a batalha..." é o Hino Nacional das Ilhas Fiji, você sabia? O tradicionalíssimo hino "Vencendo vem Jesus" (Glória, glória. Aleluuuuuia!)
é uma versão de uma música militar da época da guerra civil americana
chamada "John Brown"s Body", que exaltava os esforços de um homem na
guerra. Um mulher cristã ouviu a melodia, gostou e pôs um letra cristã.
E, a partir daí, começamos a cantar em nossas igrejas, Deus sempre foi
louvado maravilhosamente por intermédio dessa canção, a entoamos ainda
hoje e o religare do homem
com o Criador ocorre perfeitamente - apesar da origem pagã da música. Ou
você achava que essa música desceu do céu trazida por um anjo numa
bandeja de prata? Não, muitas músicas que consideramos "hinos sagrados"
(e são!!!) têm origem secular e são adaptações feitas para o canto
religioso.
Mais recentemente há exemplos como o do cantor Marco Aurélio, que gravou "Caminhada" ("Eu vi Jesus, Jesus me viu, no mesmo instante me redimiu...").
Ela nada mais é do que a canção "My Way", cantada por músicos como
Frank Sinatra e Elvis Presley. E por aí vai. A pergunta é: essas versões
deixam de ser válidas ou dignas de serem cantadas em cultos e igrejas
como hinos congregacionais porque originalmente eram seculares? De jeito
nenhum. Pois tornaram-se músicas com MENSAGENS cristãs.
Fato 5) Muita música dita "evangélica" é "do mundo"
E aqui chegamos ao ponto mais polêmico de todos. Só porque uma música foi composta ou é cantada por alguém que se apresenta como cristão isso não quer dizer que ela transmita valores biblicamente corretos. Há muitas e muitas músicas "evangélicas" que são "do mundo". Exemplo: tem um conhecido grupo gospel (que inclusive saiu brigado de sua igreja) cujo vocalista (que agora já saiu da banda para seguir carreira solo) na "ministração" antes de começar uma de suas mais cantadas músicas em igrejas fala como se estivesse orando a seguinte frase (está registrada inclusive no CD):
E aqui chegamos ao ponto mais polêmico de todos. Só porque uma música foi composta ou é cantada por alguém que se apresenta como cristão isso não quer dizer que ela transmita valores biblicamente corretos. Há muitas e muitas músicas "evangélicas" que são "do mundo". Exemplo: tem um conhecido grupo gospel (que inclusive saiu brigado de sua igreja) cujo vocalista (que agora já saiu da banda para seguir carreira solo) na "ministração" antes de começar uma de suas mais cantadas músicas em igrejas fala como se estivesse orando a seguinte frase (está registrada inclusive no CD):
- Nós queremos um romance contigo, Senhor.
Peraí.
"Romance" com Deus? O Todo-Poderoso Criador dos Céus e da Terra agora
virou o quê? Nosso namoradinho? Desculpem-me, mas isso é antibíblico e,
logo, mundano.
Outro exemplo: um conhecido corinho cantado em muitos louvores, às lágrimas, por muitos de nós, diz a seguinte coisa:
Diante dEle se dobram os reis
E se prostram para O adorar
Nem os anjos que O cercam louvando
Se permitem sua face olhar
E se prostram para O adorar
Nem os anjos que O cercam louvando
Se permitem sua face olhar
Só
tem um detalhe: essa letra é antibíblica. Mateus 18.10 diz: "Cuidado
para não desprezarem um só destes pequeninos! Pois eu lhes digo que os
anjos deles nos céus estão sempre vendo a face de meu Pai celeste".
Então temos que decidir se os anjos contemplam a face de Deus ou não. Eu
fico com a Bíblia, que diz que sim, os anjos contemplam a face de Deus,
ao contrário do corinho. E se o corinho diz algo que vai contra o que
está na Bíblia, desculpem, é "música do mundo". "Ah, Zágari, você está
sendo radical, o resto da música é perfeito , afinal, é um louvor tão
bonito...", alguém poderia dizer. Bem, aí entram 1 Co 5.6 e Gl 5.9, que
dizem que, biblicamente, um pouco de fermento leveda toda a massa. Nesse
sentido sou radical sim: basta uma única e pequena heresia na letra de
um "corinho", de um "hino" ou de um "louvor"
(como você preferir chamar) para o descartarmos dos nossos cultos.
Isso sem falar dos chamados "corinhos do fogo", muito habituais nas igrejas pentecostais não-reformadas. Tem um que diz "O fogo santo está queimando, o Espírito Santo está batizando",
referindo-se ao que os pentecostais chamam de "batismo no Espírito
Santo" e os tradicionais de "plenitude do Espírito", seguindo a linha
defendida por teólogos como John Stott. Fato é que, biblicamente, o
responsável por esse fenômeno é Jesus, o Deus Filho, e não o Espírito
Santo. Outro ensino antibíblico e, portanto, "do mundo".
Fato
é que toda letra de cânticos (congregacionais ou não) "evangélicos"
deve ser submetida ao crivo bíblico. O certo não é o que a pessoa sente,
se ela fica emocionada, arrepiada ou se chora: o certo é o que está de
acordo com a Bíblia. Como afirmou o Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho em
palestra durante um Encontro de Músicos, na PIB de Manaus, "Raramente se
fala de Jesus, e, quando se fala, dá para notar que Jesus é muito mais
um conceito para dentro do qual as pessoas projetam seus sonhos de
consumo ou de classe média do que o Redentor e Salvador. A linguagem é
horrorosa: mergulhar nos teus rios, beber nos teus rios, voar nas asas
do Espírito, estar apaixonado por Jesus, subir acima dos querubins...
uma série de expressões que não fazem sentido algum", afirmou Pr.
Isaltino. E, convenhamos, com toda razão.
Cantamos
na igreja sem saber o que estamos cantando, por ignorância teológica e
porque determinada música toca na rádio, é de um grupo famoso, está na
moda e o povo gosta. Por exemplo, no "corinho" abaixo...
Quero subir ao Monte santo de Sião
E entoar o novo cântico ao meu Deus
Mais que palavras minha vida eu quero entregar
Purifica o meu coração para entrar em Tua presença
contemplar a Tua grandeza
E entoar o novo cântico ao meu Deus
Mais que palavras minha vida eu quero entregar
Purifica o meu coração para entrar em Tua presença
contemplar a Tua grandeza
...o
que as pessoas não sabem por desconhecimento bíblico é que o "monte
santo de Sião", segundo Hebreus 12.22-24, é um símbolo do Evangelho, da
Igreja de Deus. Consequentemente, todo cristão já está no "monte santo
de Sião". E, por isso, não há teologicamente, segundo o Novo Testamento,
por que "subir" nele. Mais um equívoco bíblico. Também cantamos em
nossas igrejas:
Eu só quero Te amar,
Eu só quero ver Tua face
Quero Tocar Seu coração
Eu só quero Te amar,
Eu só quero ver Tua face
Eu só quero ver Tua face
Quero Tocar Seu coração
Eu só quero Te amar,
Eu só quero ver Tua face
O mesmo cantor tem outro corinho que diz:
Quero te ver, quero te ver
Eu quero te tocar,
eu quero te abraçar
Quero te ver
Eu quero te tocar,
eu quero te abraçar
Quero te ver
Detalhe:
é importante repararmos que o cantor está dizendo que quer ver Deus e
sua face EM VIDA e não no porvir. Só que se nós formos ler Êxodo 33.20, é
claríssimo e inequívoco o que Deus diz a Moisés: “Não me poderás ver a
face, porquanto homem nenhum verá a minha face, e viverá”. Então o que
estamos pedindo nesses corinhos é para ver a face de Deus e morrer? Algo
está biblicamente errado e, se formos analisar, estamos fazendo pedidos
mundanos a Deus. Como eu "quero te ver" se Ele diz na Biblia que "homem
nenhum verá a minha face , e viverá"? Instinto suicida?
Em
João 12.45 e João 14.9 Jesus afirma claramente a forma de ver o Pai:
ver a Ele próprio, Jesus. "Quem me vê a mim vê o Pai". Logo, é buscando
Cristo e sua pessoa em espírito que temos acesso a Deus, não tem nada a
ver com "eu só quero ver a tua face". No discurso de Pedro no dia de
Pentecostes em At 2.28, ele deixa claro que contemplar Deus face a face
só ocorrerá na eternidade: "Com a tua face me encherás de júbilo". A
face de Deus é biblicamente inalcançável nesta vida. Logo, por que
ficamos cantando pedindo para"ver sua face", já que isso biblicamente
não é possível - logo, é antibíblico? Pronto, não me odeie por dizer
isso, mas a falta de canonicidade nessas afirmações de corinho tornam
músicas como essas...músicas "do mundo".
Conclusão
Falar
sobe música "evangélica", "do mundo", "sacra", "cristã" ou "secular" é
um assunto muito sensível. Pois mexe com muitas ideias pré-concebidas,
com muitas práticas que mutidões adotaram por décadas em sua vida de
devoção, é contrariar crenças e práticas. Para um pastor, chegar à
concusão de que um corinho que ele cantou por anos em sua igreja é
música "do mundo" e, assim, removê-lo do rol de canções que são
executadas no culto não é uma tarefa fácil. Exige oração, humildade e
temor sincero a Deus.
Para uma ovelha que anatemizou durante anos músicas seculares achando
que "rock é coisa do diabo" e de repente descobrir que bandas de "rock
gospel" como Oficina G3 têm letras e mensagens muito mais bíblicas do
que certos hinos de 200 anos de idade exige quebrantamento.
Não
estou falando aqui de estilo musical. Pois a Bíblia não fala de estilo.
Logo, estilo é um assunto restrito aos gostos pessoais e não tem a ver
com doutrinas e teologia. Se uma música deve ter bateria ou não, se ela
pode ser acelerada ou não, se é rock, forró, bolero, valsa ou o que for,
não importa. Simplesmente porque biblicamente não importa. O tal gênero
"música evangélica" não existe. Cada "música evangélica" carrega um
estilo próprio, seja esses que já mecionei, seja algum diferente, como
black music, hip hop, blues, bossa nova, sertanejo, jazz, new wave, pop,
reggae, samba, ska ou qual for. Dizer que "música tal não é do mundo
porque é estilo evangélico e não rock" é uma inverdade. Pois há músicas
evangélicas que são rock. E - repetindo - estilo musical só depende de
uma única coisa: gosto pessoal.
Não tem nada a ver com Bíblia. Se estou errado, por favor que alguém me
prove nas Sagradas Escrituras.
Sendo assim, nós temos de nos voltar para o que interessa: a MENSAGEM. A pergunta que devo sempre me fazer é "o que essa música está dizendo contraria algo da Bíblia?".
Se a resposta for "não", defendo que é uma música que pode ser ouvida
por um cristão. Pois vai trazer alegria, paz, prazer. Sendo ela secular
ou religiosa. Ouvir Mozart, Bach, Haendel, Mendelssohn ou uma boa ária
de ópera, por exemplo, pode acalmar a alma de alguém em estresse e assim
criar uma condição em seu coração que lhe permitirá
orar a Deus com muito mais entrega. Eu já entrei muitas vezes na
presença de Deus ouvindo o violinista judeu Itzhak Perlman executar ao
violino o tema do filme "A Lista de Schindler", por exemplo. Chorei. Me
derramei. E fui muito mais sincero e entregue a Deus do que se tivesse
posto para ouvir um desses CDs de pop brega evangélico.
A ao fazermos a pergunta "o que essa música está dizendo contraria algo da Bíblia?"
temos de estar preparados para sofrer. Pois vamos perceber que muito do
que cantamos em nossas igrejas é música "do mundo" pela simples razão
de que afirma coisas que a Bíblia não diz.
Sei
que o que aqui escrevi contraria a crença de muitos. Certa vez, ao
ministrar numa Escola Dominical uma aluna ficou tão ofendida pela
verdade que falei de que hinos da Harpa Cristã vinham de bordéis que se
levantou e se retirou da sala. Sei que isso mexe com convicções e
emoções. Mas não posso jamais fugir do que as Sagradas Escrituras dizem.
Não podemos fugir da verdade. São as Escrituras que devem sempre nos
nortear - e não aquilo que ficou estabelecido pela cultura popular (em
especial a cultura popular evangélica) ao longo das décadas. E falo como
evangélico, não sou desses pastores e teólogos revoltados que
inventaram agora que ser "evangélico" é palavrão. Nada disso. Falo como
filho da Reforma Protestante, herdeiro de Jesus e também de reformadores
como Lutero e Calvino. Não renego minhas origens. Sou cristão,
de tradição evangélica e me orgulho disso.
Para
terminar, volto ao início de nosso texto, para a pergunta-título deste
artigo. Se você me perguntar "um cristão deve ouvir música do mundo?",
eu vou voltar a afirmar: "Claro que não!". Pois o cristão deve sempre
caminhar de acordo com as Sagradas Escrituras. E se uma música, secular
ou religiosa, traz em si ensinamentos antibíblicos... meu irmão, minha
irmã, jogue o CD fora.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
FONTE: apenas1.wordpress.com
Eu reproduzo no blog posts de Mauricio Zagari, pelo simples fato deste servo de Deus ter uma visão real das coisas e ainda ter a coragem de dizer o que a maioria se omite. tenho lido os seus posts e tenho certeza de estar lendo algo de um cristão equilibrado no meio de uma turma desequilibrada vivendo em nosso meio. espero que os amigos que visitam este blog estejam gostando da leitura. As letras saltam quando ele escreve, e faz a gente refletir a realidade da igreja atual.
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